A força de um exemplo – Pedir desculpas

Ontem, foi aniversário de meu pai, Julio, que comemorou 83 anos. Fizemos uma rápida viagem para podermos dar-lhe parabéns. Chegamos de surpresa e pudemos papear um pouco e tomar um cafézinho.

Pinacoteca - A força de um exemplo - Pedir desculpas

Quando estávamos lanchando, minha mãe me mostrou algumas gravuras, que ela utilizava para dar aula – coisa antiga e com um valor especial. Há tempos, eu registrei algumas e inclui no meu TCC, quando fiz a pós-graduação. E ali, no meio dessas gravuras, ela achou um bilhete que o meu pai escreveu há anos. O bilhete bem guardado foi uma surpresa para nós e nos fez ver a força de um pedido de desculpas. Ela guarda esse bilhete há muitos anos…

 

Minha querida Ni, peço desculpa por não levar o bloco que me pediste, mas eu esqueci disto. Mas em compensação não me esqueço nunca de você, meu amor. Julio”
Eu ganhei um grande presente que é a família que recebi de Deus. 
Meu pai sempre nos deu exemplos importantes que me ajudaram em vários momentos da vida. tais como:
  • Aprender a ouvir música clássica – Sempre que saía para trabalhar nos acordava e sintonizava na Rádio Jornal do Brasil, que tinha um programa de música clássica. Ele ficava  assoviando. Normalmente acordava com isso e me lembro de ir varrer a casa assoviando as músicas também.
  • Sempre falava : Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje!
  • Lembro dele folheando o livro “Nutrição e Vigor” e mostrando as qualidades dos alimentos, para aprendermos a comer e gostar de frutas, verduras etc.

 

 

  • A citação que sempre repetia para nós de Khalil Gibran:
Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.”

Pais - A força de um exemplo - Pedir desculpas

“Parabéns pai, pela vida que sempre levou, por sua força, perseverança, honestidade e dedicação a nós, seus filhos.”
Compartilho com vocês o texto completo de Khalil Gibran:
Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.”