Semana da Consciência Negra

tataravô e tataravó - Semana da Consciência Negra
Meus tataravós – cujos nomes ainda não sei – resultado do nosso “esquecimento” e da política de branqueamento do Brasil. Fotograria fornecida pelo meu tio Ebert Nunes.

 

Na Semana da Consciência Negra, assistimos várias manifestações da cultura afro, assim como a divulgação de imagens e histórias que poderiamos estar utilizando o ano inteiro, mas, só temos “tempo“ para ver nessa época do ano.

Após algum tempo lendo e buscando referências sobre minhas raízes tenho orgulho hoje em falar sobre a nossa “Mãe África”. Acima de tudo precisamos saber que quem sempre desvalorizou o africano ou o afro-descendente foi o colonizador. No mundo de hoje temos informações disponíveis e imagens suficientes para nos mostrar o valor dos povos que vivem nos vários paises africanos e, aprender a respeitar sua arte, sua cultura, suas lutas pela independência e pela dignidade de cada etnia, de cada grupo ou de uma simples aldeia.

Fizemos uma apresentação na escola essa semana mostrando várias imagens sobre a África e comparando as informações que sempre tivemos sobre o continente africano. Quando estudavamos sobre o Egito sem nem saber que ele fazia parte da África. Quando nossos alunos viram negros dançando, vestidos com roupas típicas de várias regiões africanas, as primeiras manifestações que tivemos foram de deboche. Eles não estão acostumados a ver o negro como protagonista e sim como serviçal. Não se reconhece e nem valoriza suas raízes.

Um povo que desconhece suas raízes, que permite que se dilua a sua estrutura familiar corroída pela corrupção e pela ganância dos que nos dirigem. Que carece não só de pão, mas de fé, de auto-estima, de esperança, de sonhos, de conhecimento e sabedoria, acaba refém dos maus políticos, de líderes incompetentes, de falsas referências.

Precisamos de muito mais do que comemorar o Dia da Consciência Negra, precisamos de informação, instrução, educação e todas as ações que possam privilegiar a valorização e o crescimento de cada um como um ser humano integral.

Mais uma vez acho que nossa reflexão deveria ser por mais EDUCAÇÃO, para o todo o povo brasileiro, seja negro, branco, amarelo ou indígena. Precisamos de acesso a educação, a cultura e a possibilidade real de concretizarmos nossos projetos de vida.